Agora eu não sei onde estou.
Eu nem sempre soube, nem sempre liguei.
Mas teve uma época de passado
onde eu me aproximava de beiradas
apenas para sentir o prazer da vertigem.
E eu costumava ver todo tipo de coisa.
As imagens vinham assim, na minha direção
nos momentos em que a cabeça entorpecia
e elas flutuavam pelos meus olhos
por alguns instantes de milissegundos
antes de se esconderem de toda a lembrança.
E agora eu não sei onde estou.
Mas eu sei o que elas eram:
Profecias.
Porque elas me voltaram, uma a uma.
Deveria coisas, eu suponho, para elas.
Seriam avisos fortes, eloqüentes,
antes elas me viessem não como deja vu
mas como o renascentismo do meu destino.
Mas todas as vezes, elas apenas me voltam
da mesma forma que eu voltava a ser criança.
Uma vez, eu corria, até eventualmente saber
que, continuando assim, seria içado aos céus.
O pulo, porém -- o pulo é a minha analogia.
A analogia que explica minhas profecias.
O pulo é o momento em que eu percebia, já no ar
que a decisão não era mais minha. Não mais.
O pulo era quando eu percebia que a gravidade
estava lá, cercando, o tempo todo, antecipada
puxando de volta quaisquer desejos para o chão.
E cada uma dessas minhas profecias foi uma queda.
Porém toda queda foi doce.
Foi despencar das nuvens e cair e cair e cair
como num sonho antigo, também da infância,
onde eu estava no mar, fundo e frio
quando baleias começavam a nadar ao meu redor.
E elas gigantes não me viam minúsculo
carregado para próximo, tão inútil e fraco,
sem controle nenhum dessas forças da natureza
que me arrebataram tão desameaçadoramente
que não havia medo, apenas um frio forte
de vísceras que abdicavam do sangue para
fazerem o corpo arder e o coração pulsar pesado
entregue tão abertamente ao universo
que quaisquer caminho de morte e de dor
ou de liberdade e amor, era o caminho certo.
Sabe?
Eu não sei.
Eu acho que, talvez, eu esteja lá.
Você está me devendo o original. Era sobre a musa. Ela merece.
ResponderExcluirné, né, né? :)