terça-feira, janeiro 27, 2009

tensão

Olhe-- olhera-- arght, orlhe-- olhe -- AH BUCETA! O-RE-LHA.

sábado, janeiro 10, 2009

Not enough time.

Foi dado tempo ao momento eterno e das suas mãos ela escapou tão devagar, tão sutilmente escorregadia que sequer se percebeu o que havia até perceber-se sozinho. Em dias futuros, curiosamente mórbido viu nascer a vontade de ver-se naquele momento, tão incrédula sua expressão de surpresa; mas uma surpresa tão nova, recente, que s'arrastou pelo seu corpo de tal forma, tão como uma prostituta sobre sua cama, jogando os lençóis no chão, abdicando das roupas tão sem pudores, logo tão nua sobre sua carne que havia nele apenas uma verdade palpável e palatável, de gosto salgado; sal de suor, de lágrimas, de gozo e fluidos vaginais, manchando a cama para impedir que sonhos bons florescessem.

Num fechar de portas, ouvindo a maçaneta encaixar-se no trancar da porta, fechou os olhos por'instante pouco, menor do que o de um respiro, talvez tão súbito quanto uma batida do coração. Fez as malas, seguro da forma - riu ao perceber-se tão estúpido, embora fosse tão certo de si qu'era obrigação sua aceitar a estupidez como se aceita, bem, como aceitou-se o amor - como encontrava coisas novas no lugar das antigas, guiando-o adiante para sabe-se-lá. Dos desejos não havia nada, sequer verdade ou desejo, mesmo. Do mais, demais, era um descaso tão completo que isso era tudo.

Nem a arte foi salva.