sábado, junho 28, 2008

enough is enough

Mormente fosse, à palavra, qualquer coisa de intrínseca - quiçá de verdade -, não seria sobre um desfiladeiro de espinhos que pés repousariam sem sandalhas. Vilipêndias ácidas despontam da língua - que você conhece o sabor -, escorrem em colossos de rios afluentes em linhas retas de papel plácido, do pulso que contorce as mãos d'um poeta de pernas tortas em riscos de anarco-garranchos grafitais.

Amiúde a paixão seja terra, quem dera o amor - ao menos o nosso - fosse civil. Melhor, uma fera incivilizada de voracidade contra o concreto, do controle legislativo, executivo, judiciário, que é colorido de sua atonal monocromase de tédio pelas obsoletas palavras - que já eram, em Camões, as mesmas, logo fí-las pelas teias de significados que nelas repousam infinitas - destemperadas pela narcolepsia que apaga a noite. É obsceno, ou assim serias se fosse, o assombro cervical do sepultamento daquelas tão gastas, angularmente refletindo em'inha gramática no terror atemporal do mesmo erro - do peito aberto e da grafia, embora mais de um do que de outro -, de três palavras, as mesmas três, do trinômio divino que emoldura os portões do inferno; Não há paz.

O tremor que hibernava irrompe do pânico, liberta a preguiça hiperbólica, a timidez condescendente, o trêmulo contato elétrico do não-toque atômico. Tudo, enfim. Tudo até onde a experiência estética - e a má viagem ácida - finda, tal presa ao sussurro de sinapses desnorteadas, que o coro sônico do silêncio é sinfonia cacofônica no ebóreo salão veneziano da minha cabeça porém inaudivelmente surdo fora. Ele não punge coração algum. Troveja apenas rajadas brutais de frio cybernético, brisa de violência cyberpunk, espasmos inquietos de ventre viciado e babilônico fluir venenoso de cybermorte. Venha-me a carne do andróide.

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