domingo, junho 01, 2008

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Edit:

Tomava uma caneca de plástico de nescau fumegante. A sua literatura literal me corroendo os músculos, criando um vácuo irritante no meio do umbigo que puxa toda a pele pros músculos e os músculos para os ossos e os ossos para eles mesmo, fazendo tudo muito magro, esticado, macilento, daquela forma que você pode ver cada célula se mover para provocar o movimento, elas cheias de força e ele tão sem vida.

O seu formalismo me cansando, quando eu nem sei o que escrever direito, então escrevo nada apenas para fingir que mais uma peça do quebra-cabeça do universo encontrou o seu lugar - e talvez tenha encontrado mesmo, num desses cantos do universo que são tão existencialistas que são vazios - e a paisagem vai se formando. E a paisagem é cheia de estrelas, mas nenhuma estrela nova brilha dessa vez, nenhuma estrela nova brilha essa noite, a luz ainda correndo desesperada pelo quantum para me dar um caldo como uma onda e me perfurar como uma partícula de granada dessas guerras que nós lutamos por idealismo.

E você se perde no meio do movimento. E eu me perco no meio do pensamento, quando a sua pele toca a minha mão - ou o contrário (embora eu duvidasse do contrário [embora eu duvidasse de tudo]) - e Michelangelo está no passado, tentando fazer o mármore ter a mesma suavidade, causar o mesmo tremor pela espinha, e ele está falhando; talvez por isso não se permite tocar as obras primas, para não perceber que as imperfeições dela esfacelam-se ao toque e tudo desanda, enquanto toca-se tudo o mais para a perfeição nascer desses mesmo farelos. Magnum Opus, quando a orquestra toca na minha cabeça o silêncio do espaço me sufoca, a luz finalmente atingindo a retina quando eu agradeço o último momento de lembrança e a sua literatura que me permite em contra-balanço congelar na estratosfera sem explodir.

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